16 SEP 2021
Adecoagro e Galileo abastecerão veículos com BioGNV
16 de setembro – A partir de setembro, a Adecoagro, uma das principais empresas de alimentos e produção de energia renovável da América do Sul, coloca em prática uma importante etapa do projeto que substituirá, no futuro, o uso de combustível fóssil em suas atividades no setor sucroenergético brasileiro. Neste mês, 13 veículos da frota própria, sendo sete leves, três utilitários e três caminhões, passam a rodar com biometano (BioGNV), produzido a partir do biogás extraído da vinhaça, subproduto na fabricação do etanol. A novidade é fruto de uma parceria com a Galileo Technologies, empresa com atuação em 70 países, focada em soluções para oferecer energia eficiente.
Por enquanto, a Adecoagro utilizará apenas 5% de sua vinhaça concentrada para produzir 200.000Nm3/mês de biometano, o equivalente 170.000 litros de diesel. No futuro, a estimativa é substituir 50 milhões de litros de diesel por ano.
Por enquanto, a Adecoagro utilizará apenas 5% de sua vinhaça concentrada para produzir 200.000 Nm3/mês de biometano, o equivalente 170.000 litros de diesel. No futuro, a partir do uso crescente da vinhaça até sua totalidade para a produção de combustível gasoso renovável, a estimativa é substituir 50 milhões de litros de diesel por ano, que hoje abastecem a frota de transporte de cana. Além de ampliar a sustentabilidade de todo o processo, a operação irá aumentar a nota da companhia no Renovabio, já que o uso intensivo de diesel representa o item de maior impacto na avaliação, o que permitirá uma receita adicional na emissão de CBios.
Os investimentos da Adecoagro em pesquisa no potencial da vinhaça da cana para produção de biogás, em parceria com a empresa Methanum, já duram mais de uma década e contaram com a construção de um biodigestor na unidade Ivinhema (MS), em 2018. Neste período, um importante avanço foi alcançado no desenvolvimento de vinhaça concentrada como adubo organomineral, que hoje supre de forma customizada todas as necessidades de potássio dos 180 mil hectares de canaviais próprios da companhia.
Na primeira etapa do projeto, iniciada em 2019, a produção de biogás através da vinhaça concentrada foi destinada para um aquecedor que troca calor com a água da turbina de condensação, gerando menor consumo de vapor e uma exportação de energia adicional de 6 mil MWh/ano. No início de 2021, foi firmado um acordo a GEF Biogás Brasil – liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), com foco em iniciativas de interesse da área agroindustrial relacionadas à produção de biogás.
A partir deste segundo semestre, a Adecoagro e a Galileo Technologies passam a avaliar também uma nova etapa da aliança: a construção, também em Ivinhema, de uma planta de hidrogênio verde para viabilizar a produção e expedição através da Estação de Carga de H-Patagônia, um passo importante para abastecer veículos no Brasil com energia verde de maneira 100% renovável e viável economicamente. Desta maneira, as células de hidrogênio poderão ser uma realidade, reformadas tanto nos tanques dos veículos elétricos abastecidos com etanol quanto nas estações H-Patagônia, minimizando os investimentos adicionais em distribuição do combustível. E em um processo 100% limpo e renovável, considerando o ciclo de vida do combustível – do poço à roda, ou seja, que leva em conta o CO2 emitido na sua produção, distribuição, uso no veículo e o que sai pelo escapamento, maneira mais justa de medir a real pegada de carbono.
"A produção de alimentos gera 40% das emissões de metano do planeta. Com este projeto, pretendemos retirar esse tipo de emissões do ambiente para oferecer energia negativa em carbono."
Osvaldo del Campo, CEO da Galileo Technologies
"A produção de alimentos gera 40% das emissões de metano do planeta, segundo as Nações Unidas, e essas têm um efeito potencial sobre o aquecimento global que é de 28 a 36 vezes maior do que o contribuído pelo dióxido de carbono. Ou seja, podemos parar de consumir combustíveis fósseis, que representam 35% das emissões de metano, mas ainda teremos um grande agente de retenção de calor se não considerarmos as emissões originadas nas atividades agrícolas - assim como as dos resíduos orgânicos, que contribuem com 20%. Com este projeto, pretendemos retirar esses tipos de emissões do ambiente para oferecer energia negativa em carbono", destacou Osvaldo del Campo, CEO da Galileo Technologies.
"O propósito e o nível de integração entre as duas empresas são pioneiros em Bio-GNV e também serão na produção verde de hidrogênio. Este gás tem uma grande promessa, pois quando consumido, emite apenas vapor de água, mas apenas 0,1% do hidrogênio disponível mundialmente vem de fontes renováveis e de processos livres de emissões de gases de efeito estufa. Aqui, pretendemos fornecer hidrogênio totalmente limpo desde a fonte até o consumo", concluiu del Campo.
Sobre a Adecoagro
Com sede em Luxemburgo e acionistas em todo o mundo, a Adecoagro (NYSE: AGRO) é um dos principais produtores de alimentos e energia renovável da América do Sul, presente em três países. No Brasil desde 2004, a Companhia atua na produção de açúcar, etanol e cogeração de energia elétrica com três unidades industriais: Usina Monte Alegre (MG) e o cluster formado pelas usinas Angélica e Ivinhema, ambas no Mato Grosso do Sul. Juntas, elas possuem capacidade de moagem de 13,7 milhões de toneladas de cana por safra. Reunindo cerca de 6.500 colaboradores no Brasil (outubro de 2020), a Adecoagro caracteriza-se por um modelo de baixo custo de produção, alta flexibilidade e processos inovadores, sendo reconhecida como uma das mais competitivas do segmento sucroenergético mundial.
Planta de produção de açúcar e etanol da Adecoagro em Ivinhema.
Fonte: Jornal Dia Dia, 1 de setembro de 2021.